Análise dos Sonhos em Morangos Silvestres
Explorando os sonhos de Isak Borg no filme Morangos Silvestres à luz das teorias de Heidegger e Boss.
O Gui completou 9 meses, e eu gostaria de continuar compartilhando com vocês minhas experiências com a maternidade. Sinto que, ao escrever, além de ajudar outras pessoas que estão passando ou já passaram por esses processos a refletirem sobre sua jornada, para mim, é um momento que funciona como uma espécie de diário de bordo. Isso me auxilia a organizar e perceber como estou lidando com as delícias e desafios que tenho enfrentado até aqui.
Continua sendo desafiador e cansativo, mas também é gratificante assistir e participar de cada etapa do desenvolvimento dele. Sim, há dias em que tanto eu quanto o Pedro estamos no limite da exaustão, especialmente porque, além dos cuidados com o Gui, temos nossas tarefas profissionais.
Neste texto, quero compartilhar com vocês algumas reflexões que tive nos últimos meses. Logo que engravidei, comecei a seguir várias pessoas que falavam sobre a maternidade e as diversas formas de auxiliar o desenvolvimento da criança. Claro, há ótimas dicas, e tive vários insights sobre coisas que fazem sentido para o tipo de relação que quero construir com meu filho. No entanto, também percebi que comecei a me cobrar pelo que não conseguia fazer. Sentia que estava sempre sendo insuficiente e fazendo menos do que deveria. Infelizmente, percebi que, às vezes, ao focarmos apenas no cuidado com a criança, mães (e pais) acabam se tornando invisíveis. E isso é prejudicial para a saúde da família como um todo.
Claro que as crianças precisam de estímulos, cuidado, atenção e tudo de melhor, mas não podemos esquecer que existe uma mulher que está fazendo o seu melhor. Uma mulher que não dorme bem há meses, que provavelmente não tem tempo de descanso de qualidade há muito tempo. Essa mulher já está lidando frequentemente com culpas e medos. Então, quando profissionais aparecem o tempo todo dizendo que você deveria brincar de outra forma com sua criança, deveria deitar de outra maneira, deveria fazer isso ou aquilo de outro jeito, parece que você está fazendo tudo errado. Além de ser emocionalmente desgastante, é injusto. Assim, fiz um filtro e deixei de seguir várias páginas. Percebi que esse processo pode seguir um fluxo mais leve e tenho tentado construir assim. Confiem na sua intuição. Se surgirem dúvidas, o que é comum, busquem informações pontuais. Tentar fazer tudo o que é proposto pode ser exaustivo e frustrante.
Voltar ao trabalho foi relativamente tranquilo, principalmente por trabalhar em home office. Eu e o Pedro, que também trabalha em home office, construímos uma espécie de cronograma para dividir o tempo de cuidados com o Gui e os nossos trabalhos. Tem funcionado, mas isso não significa que seja fácil. Tento ser sincera, pois sei que muitas vezes sentimos como se todo mundo estivesse se saindo melhor que a gente, dando conta do mundo, enquanto nós esquecemos de escovar os dentes. Não é diferente por aqui. Também nos sentimos frustrados e cansados e inevitavelmente nos pegamos comparando com outros pais. É um constante exercício lembrar que cada realidade é uma e que está tudo bem não dar conta de tudo e não saber tudo. Estamos aprendendo enquanto ensinamos. Muitas vezes, é necessário contar com ajuda externa para que ambos consigam cumprir as demandas do trabalho, e esse também é um exercício constante, o de aprender a pedir ajuda, seja para nossa rede de apoio, seja um para o outro. Sobre a volta ao trabalho, foi bom sair exclusivamente do papel de mãe e voltar a conversar com outras pessoas sobre assuntos que não fossem exclusivamente da maternidade. Amo ser mãe, mas foi ótimo me perceber em outros papéis além do da maternidade.
Iniciamos a introdução alimentar do Gui com 6 meses e algumas semanas. A médica nos orientou a esperar que ele estivesse sentado com um pouco mais de equilíbrio para reduzir os riscos de engasgos. A introdução alimentar dele foi muito tranquila. Ele se alimenta muito bem e raramente rejeita algo. Vou compartilhar como fizemos e funcionou conosco. Não significa que seja o jeito certo, é apenas uma opção.
Iniciamos com frutas, por duas semanas seguidas, duas vezes ao dia, pela manhã e à tarde, e a amamentação por livre demanda. Segundo a médica que nos orientou sobre a introdução, como as crianças não entendem que os alimentos servem para saciar a fome, elas tendem a se adaptar melhor com as frutas, pois são mais doces. Depois, iniciamos com uma refeição no almoço, e hoje ele também janta. Fazemos a comida dele sem sal, usando temperos naturais, como alho, cebola, cheiro-verde, manjericão, curry e orégano. Não oferecemos açúcar e é importante lembrar que o mel não deve ser oferecido a crianças com menos de dois anos devido ao risco de contaminação pela bactéria Clostridium botulinum. Optamos, desde a primeira refeição, por oferecê-lo na cadeira de alimentação e vejo isso como uma escolha muito positiva, pois ajudou o Gui a associar que estar naquela cadeira significa “hora de se alimentar”. As colheres que usamos são bem anatômicas e, além disso, mudam de cor se a refeição estiver quente. Acho essa função maravilhosa, pois, por ser visual, chama a atenção e evita acidentes, principalmente no início, quando não estamos acostumadas a alimentar outra pessoa.
Optamos pelo método tradicional (comida amassada) na introdução do Gui. Li muito sobre o método BLW e até ofereço algumas coisas para ele experimentar sozinho, mas me senti insegura e tenho seguido com a comida amassada. Amaço com garfo e não uso nem liquidificador nem processador, a ideia é que fique com pedaços pequenos, mas que incentivem a mastigação. Agora que os dentinhos já estão aparecendo e ele já sabe mastigar, ofereço pedaços um pouco maiores, mas não é BLW.
Ao longo desses meses, percebemos que o chão é o melhor lugar para o desenvolvimento do bebê. Aqueles tapetes emborrachados são ótimos, pois nos dão mais segurança para deixar os pequenos explorarem suas potencialidades sem se machucarem. Sempre brinquei muito com o Gui, porém brincávamos muito na cama. Acreditava que ali era um espaço seguro e que ele conseguia se desenvolver, mas depois da consulta de 6 meses, fiquei me perguntando se talvez isso não estivesse limitando o desenvolvimento dele, já que, mesmo firme, o colchão ainda é muito macio e não oferece a estabilidade necessária.
Com 7 meses, ele aprendeu a se sentar sozinho e migramos do mini berço, que ficava ao lado da nossa cama, para o berço no quarto dele. Ficamos com medo de ele cair, já que a grade do mini berço é muito baixa. É claro que essa mudança ainda está sendo um desafio, pois ele, em uma noite tranquila, acorda pelo menos duas vezes para mamar. Antes, ele estava do lado, agora tenho que ir até o quarto dele. Ele não chega a despertar e dorme rapidamente, mas é um processo cansativo, principalmente para mim, que tenho que amamentá-lo. Às vezes, o Pedro consegue fazer com que ele volte a dormir sem precisar mamar, mas geralmente ele volta a acordar. Mesmo assim, optamos por não introduzir a fórmula. Abro um grande parêntese para dizer que não há certo ou errado sobre isso. Há famílias que optarão pela fórmula e será a melhor escolha para a dinâmica delas, e o contrário também. Sabemos que o ideal e o real são abismos gigantes. Aqui entendemos que os despertares noturnos fazem parte e, mesmo sendo cansativo, é um processo natural.
Hoje, o Gui já se senta sozinho, engatinha e arrisca ficar de pé apoiando-se. Está cada dia mais ativo e independente, percebemos que ele é extremamente comunicativo e sociável e buscamos incentivá-lo a explorar as habilidades que apresenta. Buscamos respeitar o tempo dele e o nosso. Seguimos sendo o melhor que podemos ser.
Essa reflexão fez sentido para você? Compartilhe como está sendo a sua experiência. Para quem ainda vai passar por essa experiência, o que lhe gera ansiedade? Deixe sugestões de outros temas sobre a maternidade que você gostaria de ver por aqui.
Vou deixar abaixo os links de alguns dos itens que citei no texto e acredito que foram positivos nesse processo.
#publi
Explorando os sonhos de Isak Borg no filme Morangos Silvestres à luz das teorias de Heidegger e Boss.
Análise do filme ‘À Procura da Felicidade’ à luz da Psicologia Gestáltica, destacando a busca pela felicidade e ajustamento criativo.
Reflexões sobre a liberdade existencial de Sartre na psicologia e a responsabilidade pelo próprio destino.
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