Sartre e a Liberdade Existencial
Reflexões sobre a liberdade existencial de Sartre na psicologia e a responsabilidade pelo próprio destino.
Sinopse: Na França do século XIX, o ex-prisioneiro Jean Valjean, perseguido ao longo de décadas pelo impiedoso policial Javert por ter violado sua liberdade condicional, busca redenção pelo seu passado e decide acolher a filha da prostituta Fantine.
O musical “Os Miseráveis” tem, em minha opinião, duas histórias principais: a de Jean Valjean e a da Revolução Francesa. Optei por explorar este musical devido às várias possibilidades de reflexão que oferece sobre a vida humana, especialmente no que diz respeito à dimensão da afetividade e dos princípios existenciais. Vou focar na história de Jean Valjean, apesar da revolução ser de grande importância no contexto social crítico. Acredito que a história dele possibilita uma melhor compreensão das discussões acerca da dimensão humana. Segundo Giovanetti (2015), os afetos são uma parte fundamental da dinâmica que confere “sabor à vida humana”. Ele afirma que “sem a afetividade, a vida seria igual para todos”. “Os Miseráveis” nos permite perceber como cada personagem reage e internaliza os afetos, dando sentido à sua existência de maneira profundamente individual.
Jean Valjean é um ex-presidiário que cumpriu 19 anos de trabalho forçado sob a supervisão do inspetor e policial Javert. Considerado perigoso, Jean Valjean é liberado em condicional permanente e, portanto, deve se apresentar regularmente para demonstrar que agora segue a lei. O crime que Jean cometeu foi roubar um pão, o que lhe valeu uma pena de 5 anos de detenção, mas sua punição foi agravada devido às tentativas de fuga. Após sua libertação, Valjean procura emprego em vários lugares, mas sua carta de liberdade condicional é um obstáculo para ser aceito. Ele passa a vagar pelas ruas, enfrentando fome, sede e repetidos ataques.
Um dia, enquanto perambula pela cidade, é acolhido pelo Bispo de Digne, que lhe oferece comida e abrigo. Valjean percebe a presença de objetos valiosos na casa do Bispo e, quando todos vão dormir, ele os rouba e foge. Contudo, é logo capturado pelos guardas da cidade, que o levam de volta à igreja para que o Bispo possa apresentar queixa. Surpreendentemente, o Bispo informa aos policiais que, na verdade, ele presenteou Jean Valjean com os objetos e não houve roubo. Além disso, o Bispo oferece mais dois castiçais de prata. Durante uma conversa com Valjean, o Bispo o aconselha a aproveitar a chance de recomeçar.
A atitude compassiva do Bispo impacta profundamente Jean Valjean, que se vê confrontado com uma bondade e misericórdia inesperadas. Ele começa a questionar sua própria identidade e o que se tornou. Ele não sabe se merece essa compaixão e afeto, nem se é capaz de sentir algo além de ódio. Diante desses sentimentos confusos, Valjean tenta encontrar um novo propósito em sua existência. Ele decide aproveitar a oportunidade oferecida pelo Bispo e rasga a carta de identificação que o marcava como um homem permanentemente em condicional. Essa cena simbólica representa um rompimento com seu passado e as limitações que o aprisionavam, permitindo-lhe criar uma vida com significado.
Após oito anos, Valjean assume uma nova identidade como Monsieur Madeleine, um próspero dono de fábrica e prefeito da cidade. Na fábrica, trabalha Fantine, uma jovem solteira que é assediada pelo encarregado. Ela suporta o abuso para sustentar sua filha, Cosette, que foi deixada sob os cuidados de uma família. Porém, para garantir os cuidados da filha, Fantine precisa enviar dinheiro regularmente. Ao ser descoberta como mãe solteira por suas colegas de trabalho, ela é demitida e obrigada a tomar medidas extremas para garantir a sobrevivência de Cosette. Valjean intervém quando ela é ameaçada por homens e toma responsabilidade por cuidar dela. A culpa que ele sente por seu envolvimento no infortúnio de Fantine o impulsiona a proteger Cosette e a assumir uma nova responsabilidade.
Através de reviravoltas e desafios, os destinos de Valjean, Cosette e outros personagens se entrelaçam de maneira intensa e emocional, revelando como os afetos moldam e transformam suas vidas. A história desses personagens reflete a profundidade dos sentimentos humanos, a importância das escolhas que fazemos e o poder transformador do amor, compaixão e empatia. “Os Miseráveis” nos convida a explorar a riqueza dos relacionamentos e os sentimentos que moldam nossa trajetória, trazendo à tona reflexões significativas sobre a experiência humana.
Referências Bibliográficas:
CRITELLI, D. Origem e destino. São Paulo, 2005.
GIOVANETTI, J. P.. Afetividade e existência. In: III Congresso Internacional de Psicologia Existencial – V Congresso Brasileiro de Psicologia Existencial, 2015, Belo Horizonte. Anais. Belo Horizonte: FEAD, 2015.
LES MISÉRABLES. Direção: Tom Hooper, 2013, Drama, Musical. Elenco: Hugh Jackman, Russell Crowe, Anne Hathaway. Reino Unido, 158 MIN.
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